Não sei nem como começar a escrever essas linhas…
De início, quero agradecer a cada um que votou na minha Fotografia, que me apoiou, que comentou, que divulgou fazendo stories, mutirão de votos, pelas palavras de incentivo, de carinho, por tudo! Nao tenho nem roupa pra agradecer por tanto!
Escolher ser Fotógrafa morando em comunidade é difícil, não vou mentir. Ter coragem de permanecer Fotógrafa, manter minhas decisões em função do alto custo dos equipamentos e fazer Arte vindo de um local onde mal temos escolhas, se podemos comprar carne ou livros, (um dos vários motivos que criei a Casa de Leitura Soraya Pamplona) e ver sua arte ser premiada, dentre inúmeras fotografias enviadas, me faz permanecer na plena teimosia de acreditar que é possível.
Participar de um concurso sobre o Rio de Janeiro, com uma fotografia retratando a Favela, o lugar onde eu cresci e moro até hoje, para mim, é muito significativo. É trazer um olhar de ternura, beleza e contemplação onde muitas vezes o povo só enxerga tragédias.
É mostrar que onde eu moro também é bonito, tem gente brincando, feliz, sorrindo, (apesar do pré-conceito e do nariz torcido), para mim é uma honra!!!
É sobre pertencer. É honrar a minha história. É muito além de uma Fotografia. É se ver naquelas crianças empinando pipa e lembrar da minha infância raiz, de suor escorrido pelo cotovelo e brincar até anoitecer. Onde eu moro tem criança sendo criança! E isso é lindo demais!
Muita gente não sabe nem onde Inhaúma fica, (como muitas vezes já ouvi ao falarem comigo) e eu com toda paciência o mundo hoje ainda explico, pois muita gente ainda não quer sair da “bolha” que vive. Só que agora vão passar a conhecer Inhaúma…
Quero falar sobre duas coisas que falam muito sobre o que eu procuro ter na minha Fotografia: “fazer as coisas com alma”, como Bukowski, e “todo dia se lembrar o Porquê você faz o que se faz”, como Maya Angelou. Para mim, Fotografar é como respirar. Você consegue ficar sem respirar?! Eu não consigo ficar sem fotografar!
Fotografar é muito mais do que alinhar cabeça, olho e coração, como Bresson dizia. É honrar a vida, o instante, porque esse simples instante, ele não vai se repetir. E é por isso que para mim, a Fotografia é tão preciosa: porque transcende.
Concluindo meus extensos agradecimentos, não posso deixar de terminar essas linhas sem agradecer a todos os amigos, amigos fotógrafos, professores, educadores companheiros de jornada e professores de fotografia que me ajudaram a construir esse olhar mais crítico, sensível e atento aos detalhes. Justo hoje, em pleno Dia Mundial da Fotografia, meu olhar foi premiado. Não sei nem o quanto agradecer. Vocês também fazem parte dessa conquista. UBUNTU - “Eu sou o que sou por causa de quem todos nós somos”.
E nessas linhas emocionadas de olhar empapuçado de tanto chorar agradecida, me despeço com o juramento de evoluir sempre trazendo o lado mais humano e sensível da vida. Por mim. Por vocês. Para honrar a vida e a história de cada um que passar pelo meu olhar e pelas minhas lentes.
Muito obrigada por tudo!
Quem quiser apoiar meu trabalho e comprar essa Fotografia que foi premiada com o 3° lugar no Concurso de Fotografia pelo @operacoesrio, a foto está disponível aqui. - Galeria Rio de Janeiro
